No último final de semana, a professora Jéssica de Oliveira teve um artigo de opinião publicado em encarte do jornal Zero Hora.

O encarte trazia como tema especial, o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A seguir, o artigo escrito pela docente.

TEA e a intervenção centrada na família

Em abril comemoramos a conquista do espaço social para falar sobre Autismo, suas características e as suas particularidades. O dia 2 de abril foi intitulado pela ONU como o Dia Mundial da Conscientização, com intuito de dar visibilidade e conhecimento à população. É o momento em que unimos nossas vozes a fim de informar, orientar e diminuir os estigmas e preconceitos existentes sobre a pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), bem como contribuir com o processo de inclusão das pessoas que possuem essa condição.

Recentemente foram publicados os dados americanos sobre a prevalência do TEA, os quais apontam que a cada 36 pessoas 1 possui Autismo (CDC, 2023). No Brasil, não temos dados efetivos sobre a prevalência, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam 2 milhões de pessoas com TEA em nosso país. Assim, é necessário fomentar políticas públicas que incentivem o mapeamento (pesquisas), intervenção e diagnóstico do TEA, a fim de possibilitar para que esse público receba uma intervenção precoce, a qual irá contribuir diretamente na sua autonomia, independência  e qualidade de vida.

É necessário ter atenção para identificar sinais que podem estar ligados ao TEA e orientar as famílias a procurarem um profissional especializado. Receber a intervenção adequada e precoce (baseada em evidências), fará toda diferença no desenvolvimento de cada pessoa com autismo. A intervenção precoce, além de englobar um atendimento transdisciplinar, busca trazer a família para participar do processo de estimulação.

 Atualmente, entende-se que a intervenção centrada na família traz os melhores resultados no contexto do TEA, visto que a família é o principal preditor de benefícios para seu filho(a), tanto no desempenho cognitivo, quanto no social. Para tanto, ressalta-se a importância dos profissionais orientarem essas famílias e instrumentalizá-las para se sentirem mais confiantes e auxiliarem na estimulação do desenvolvimento de seus filhos(as). Do contrário, quando não fornecemos essas orientações, por vezes essa família se sente insegura, e consequentemente, cria-se uma situação de estresse que poderá afetar diretamente na qualidade de vida do contexto familiar. 

Assim, entende-se que uma equipe que realize um trabalho transdisciplinar, a qual elenca a família como participante do processo interventivo, seja uma das maneiras mais eficazes de desenvolvimento às pessoas com autismo. Uma equipe que oriente sobre as possibilidades do estímulo dentro do ambiente familiar, realizando uma sequência extensiva do trabalho no contexto clínico, a qual irá refletir na generalização dos comportamentos da pessoa com TEA, para além do espaço clínico, alcançando o contexto familiar, escolar e social que a pessoa está inserida.

Portanto é necessário conscientizar, levar informação de qualidade para a sociedade, a fim de promover melhores condições de inclusão das pessoas com TEA e fortalecer a validação dos seus direitos.

Jéssica Jaíne Marques de Oliveira
Educadora  Especial

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